ACERVO

Walmor Correa | Série mapeamento cognitivo | 2017

Walmor Correa | Série mapeamento cognitivo | 2017

Em nosso acervo temos três obras pertencentes à série Mapeamento cognitivo: uma se refere ao cantor Lupicínio Rodrigues, uma à escritora Clarice Lispector e uma ao poeta Carlos Drummond de Andrade. Elas são caixas de luz que trazem a pintura do rosto dos artistas homenageados, a pintura do mapa cognitivo destes artistas a partir do ponto de vista de um neurologista e algumas características deles na interpretação de Walmor Correa. Lupicínio é romântico, festeiro, possui melancolia e genialidade musical. Clarice é tímida e ousada, generosa, intensa, caótica. Drummond é afetuoso, disciplinado, tem genialidade e humor.

As caixas remetem a oratórios, numa espécie de homenagem, agradecimento e devoção aos artistas retratados. Assim como uma vela, é possível acender e apagar as caixas.

Quer conhecer o acervo permanente? Agende uma visita mediada junto à exposição em cartaz ou envie um e-mail para [email protected]. Disponibilizamos fotos em alta qualidade das obras, solicite pelo e-mail [email protected].

ficha técnica

  • Autor

    Walmor Correa

  • Título

    Série Mapeamento Cognitivo

  • Ano

    2017

  • Técnica

    Caixa de luz

  • Dimensões

    26 x 21,5 x 7 cm

  • Local da obra

    Corredor das salas de aula


Sobre o Artista

Walmor Correa
Foto: Fredy Vieira. Jornal do Comércio

Nascido em Florianópolis/SC, em 1962. Vive e trabalha em São Paulo/SP.

Estudou Arquitetura e Urbanismo na Unisinos (São Leopoldo) e, quase formado, resolveu trocar para Publicidade e Propaganda, curso em que acaba se graduando em 1985 pela mesma universidade. Ainda na década de 80, participa do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde estuda desenho, pintura e gravura; além de frequentar o MAM Atelier de Litografia de Porto Alegre.

Ao longo de sua carreira, Walmor Correa tem colocado em xeque os métodos científicos aclamados na modernidade, além de traduzir poeticamente a materialização de mitos e lendas que vivem no imaginário brasileiro há mais de 500 anos – fruto de uma extensa pesquisa que vai dos relatos de viajantes a seres que habitam o mundo literário, passando por todo um saber que é oral e popular. Na obra que integra nosso acervo, é possível conhecer lendas indígenas, como os mitos do tucunaré e do peixe bodó, além de um híbrido entre lebre e primata.

 

“Walmor torna visível esse imaginário e realiza um corte na imagem, isto é, organiza e classifica aquilo que não está no campo do visível. Materializa diversos fragmentos orais e impressos, mobiliza o imaginário.

[...] O artista reelabora uma síntese que não mais separa o que é erudito ou o que é popular, mas à maneira de um arqueólogo e de um etnógrafo recompõe os fragmentos e resíduos que vê, lê e escuta.”

Eduardo Jorge em artigo para o Interartive

 

Sobre o processo de criação do artista, a crítica e historiadora da arte Paula Ramos comenta:

 

“É lendo (o texto) que o espectador ganha mais subsídios para adentrar no universo do artista, marcado substancialmente pela refinada técnica em desenho, pelo contraponto entre ciência e fantasia, pelo debate crítico sobre natureza e cultura e por uma inusitada costura de sentidos entre imagens e escritos.

Atentemos ao desenho: de fato, diante de uma obra do artista, o observador vai se deixar envolver, de forma imediata, pelo delicado e elegante grafismo. Sua obra sempre valorizou as linhas precisas e delicadas, buscando a leveza presente na plástica taxonômica, nos compêndios de História Natural dos séculos XVIII e XIX, bem como nos trabalhos dos artistas-viajantes.

[...] Ao referenciar o desenho de natureza taxonômica, o artista toma para si o “discurso da verdade” que essa técnica de representação historicamente incorporou, porém o adota com ironia.”

 

Paula Ramos em Walmor Corrêa: o estranho assimilado

(trechos das páginas 186, 187 e 188)

 

Algumas das suas exposições individuais incluem Walmor Corrêa e Sporophila Beltoni, no Instituto Ling, Porto Alegre (2018); Achillina Giuseppina Maria – Bo Achillina – Achillina Giuseppina – Achillina BoBardi – Lina Bo Bardi – Lina Bo Plano Expandido, no SESC Pompeia, São Paulo (2016); e Metamorfoses e Heterogonia – Projeto Parede, no MAM SP (2015). Entre as mostras coletivas que contaram com a participação do artista figuram: Apropriação/Coleção/Justaposição, com curadoria de Tadeu Chiarelli, que aconteceu no Santander Cultural, Porto Alegre (2002); a 26ª Bienal de São Paulo (2004); a Panorama da Arte Brasileira, do MAM SP (2005) e a 7ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2009).

 

PARA SABER MAIS sobre a artista

Instagram do artista

Vídeo em que Walmor fala sobre seu atual processo artístico

Projeto do artista na Parede do MAM-SP
Vídeo do artista falando sobre a série Biblioteca dos Enganos

Entrevista do artista sobre arte e ciência

Matéria da revista Casa e Jardim sobre o apartamento projetado pelo próprio Walmor

 

Confira abaixo a entrevista que realizamos com o artista sobre a obra:

 

Referências 

RAMOS, Paula (Org.). Walmor Corrêa: o estranho assimilado = the uncanny assimilated. Porto Alegre: Duz Produções, 2015. Edição bilingue: português/inglês; 400p.

Entrevista concedida à equipe do Educativo do Instituto Ling em 19/09/2022.

Artigo de Eduardo Jorge para o Interartive. Disponível em: https://interartive.org/2010/12/walmor-correa

SALVÁ, Camila. No meio do caminho tinha uma pedra: o MAM e a litografia no Rio Grande do Sul. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Artes, Curso de História da Arte, Porto Alegre, 2021. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/236111.