ACERVO

NELSON FELIX |
7249,
7250,
7251 Cacto | 2014

NELSON FELIX |  7249,  7250,  7251 Cacto | 2014

Os três desenhos de lacre do artista Nelson Felix que fazem parte do nosso acervo brincam com a tensão que se dá entre os materiais utilizados: os pregos de bronze, o lacre (feito de cera) e o papel que os sustenta. A composição lembra uma espinha dorsal ou, se você conhece um pouco mais a fundo a obra de Felix, remete aos inúmeros trabalhos com cactos elaborados pelo artista. Ela, inclusive, foi apresentada na retrospectiva OOCO, juntamente com outros três desenhos de lacre, como uma obra só chamada Cacto.

Quer conhecer o acervo permanente ou precisa de fotos das obras em alta qualidade? Escreva para o e-mail [email protected].

ficha técnica

  • Autor

    Nelson Felix

  • Título

    #7249, #7250, #7251 Cacto

  • Ano

    2014

  • Técnica

    Bronze e lacre

  • Dimensões

    63 x 48 cm

  • Local da obra

    Sala da frente

 

Quando questionado sobre o rigor formal (ou a precisão da forma) de seus trabalhos e a desconstrução deste, Felix explica:

“Talvez essa tensão ocorra por causa de uma aparente agressividade. Outras vezes, essa tensão se dá através da instabilidade nessas estruturas, ou no trato excessivo em lidar com o material, deixando-o extremamente frágil. Todos esses elementos criam uma tensão visual que me interessa. (...)

Quando você imagina pregos confrontando um cacto, por exemplo, há uma aparente violência, mas ela se transforma em poesia, pois tudo ocorre naquela tensão. Essa brutalidade de tentar agredir um cacto, que também tem espinhos, é sublimada.”

 

Nelson Felix em entrevista a Lucas Costa

 

 

Audiodescrição da obra:

Instituto Ling · Audiodescrição da obra 7249, 7250, 7251 Cacto, de Nelson Felix, 2014

 


Sobre o Artista

Nelson Felix
Fábio Del Re

Nascido em 1954, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha.

Em 1971, inicia sua formação com Ivan Serpa e, em 1980, realiza sua primeira exposição individual na Galeria Jean Boghici, no Rio de Janeiro. Em 1989, expõe em Paris, na Galeria Charles Sablon, e por causa dessa exposição recebe a bolsa do Ministério da Cultura Francês. No mesmo ano, recebe o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pela melhor exposição do ano em desenho.

Em 1991, ganha a Bolsa Vitae de Artes e, em 1994, ganha novamente o prêmio da APCA pela exposição no MASP (São Paulo). Um ano depois, lança o vídeo O Oco para a série RioArte – Arte Contemporânea. Esse trabalho foi realizado junto com Luís Felipe Sá e ganhou o Sol de Prata no 22º Festival Internacional de Cinema, TV e Vídeo em Clemond-Ferrand, França. Ganhou, em 1996, o prêmio Bravo-Brasil na 23ª Bienal de São Paulo. E, em 2006, ganha o prêmio Conjunto da Obra – Marcoantonio Vilaça concedido pelo Ministério da Cultura/FUNARTE.

Algumas das suas exposições individuais recentes incluem o pavilhão da 33ª Bienal de São Paulo (2018); Variações para Cítera e Santa Rosa, Galeria Millan, São Paulo (2017); Trilha para 2 lugares e trilha para 2 lugares, Museu de Arte Moderna de São Paulo (2017); Concerto para Encanto e Anel, Instituto Oi Futuro, Rio de Janeiro; OOCO, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015) e CANTOƧЯƎV, Instituto Ling (2014).

Participou de diversas exposições coletivas, entre elas: Osso, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2017), 6ª VentoSul – Bienal de Curitiba (2011) e Paper Trail: 15 Brazilian Artists, Allsopp Contemporary, Londres (2008). Suas obras integram o acervo de importantes instituições no Brasil, tais como MAM-SP, MAM-Rio, MAC-Niterói e a Coleção Banco Itaú.

A obra de Nelson Felix “lida com conceito amplo e escultura, em que examina as relações entre arte, cultura e natureza” (release da exposição OOCO, na Pina) e o próprio artista declara:

“Eu acho bonito, no final de uma situação, tudo aquilo virar uma escultura novamente. É uma atitude de rendição às artes plásticas, pois, no final, assumimos que, no fundo, tudo não passa de desenho, pintura ou escultura; isso ocorre desde que o homem meteu os pés nas cavernas. É bonito comungar com isso. Arte sempre é arte, vamos nascer e vamos morrer, não tem saída. Mas, nesse entretempo, não existe nada de mais interessante do que tentar criar um pensamento cultural. O trabalho é parte da respiração.”

Nelson Felix em entrevista a Lucas Costa

Sua trajetória tem sido analisada por críticos de renome e destacamos alguns livros sobre sua obra como o lançado pela editora Cosac Naify, em 1998, com texto de Rodrigo Naves; além do Nelson Felix, de 2001, com edição da Casa da Palavra e textos de Glória Ferreira, Nelson Brissac e Sonia Salztein. A Editora Pinakotheke lançou em 2005 o Trilogias – conversas entre Nelson Felix e Glória Ferreira 1999/2004; e, em 2011, a Casa 11 editou Conserto para Encanto e Anel, com textos de Ronaldo Brito e Marisa Flórido.

 

PARA SABER MAIS sobre o artista

Site do artista

Nelson Felix foi o primeiro artista a ocupar a galeria do Instituto Ling, em 2014. Confira o #TBTLing sobre a exposição!

Livro Berceuse sobre o artista

Assista a conversa de lançamento do livro Berceuse

No site do Nelson Felix é possível assistir vídeos superinteressantes sobre seu processo artístico. Confira a seção Vídeos!

 

Confira abaixo a entrevista que realizamos com o artista sobre a obra:

 

Referências

NAVES, Rodrigo. Nelson Felix não mora mais aqui. Disponível em:

http://nelsonfelix.com.br/texto.php#_ftnref10

Entrevista a Lucas Costa. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ars/a/6WCpfCHTQF69bbZcQbXhFzy/?lang=pt

Release da exposição retrospectiva OOCO, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Disponível em: https://pinacoteca.org.br/programacao/nelson-felix-ooco/  

Catálogo da exposição retrospectiva OOCO, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Disponível em: https://issuu.com/historiadaarte/docs/o_oco_cata__logo_nelson_felix_pinac